Um ano após o incêndio que destruiu fantasias e alegorias, dias antes do carnaval de 2011, a Acadêmicos do Grande Rio levou à Sapucaí, nesta madrugada, o enredo "Eu acredito em você! E você?", em que, a partir de sua própria experiência, contou histórias de superação. O que os foliões não imaginavam é que o próprio desfile seria um bom exemplo disso: os dois primeiros carros da escola tiveram problemas para entrar na avenida, gerando nos componentes desespero e receio de que o desfile fosse um fiasco. No entanto, embora os problemas iniciais tenham obrigado a escola a correr para concluir o desfile em 80 minutos (2 a menos do que o limite máximo), a agremiação conseguiu fazer uma bela apresentação. Se o samba não empolgava, a escola dispunha da afinada bateria do mestre Ciça e de dezenas de artistas de TV para arrancar aplausos da plateia.
Ao fazer a curva necessária para ingressar a Sapucaí, ainda na área onde alegorias e alas são organizadas, o carro abre-alas bateu seu lado direito em um prédio usado pela organização do desfile. A batida danificou parcialmente a alegoria (chamada "Anjos anunciam a luz que vem do céu"), que em seguida foi aprumada e seguiu pela passarela.
Cinco alas depois vinha o segundo carro, "Derrubando gigantes", que não conseguia fazer a curva para ingressar na área de armação. Foram gastos mais de cinco minutos de manobras para que a alegoria entrasse na passarela. Nesse intervalo a escola ficou parada na entrada da Sapucaí. Embora preocupados, os componentes que já estavam na pista cantavam e tentavam demonstrar descontração.
As três alegorias seguintes passaram sem problemas. As dificuldades só voltaram no último dos seis carros, formado por um ônibus lotado de "brasileiros que não desistem nunca" e uma alegoria engatada nele. Soltando muita fumaça, o ônibus conseguiu terminar o desfile.
Na plateia, quem não estava nas arquibancadas mais próximas da concentração não viu as dificuldades iniciais, limitando-se a notar que a escola trocou a cadência pela correria.
Com carros e fantasias luxuosas, a agremiação levou para a avenida o iatista Lars Grael, que perdeu uma perna em um acidente no mar, e o pianista João Carlos Martins, que virou maestro depois de perder o movimento dos dedos, entre outras personalidades. Martins já havia sido homenageado pela Vai-Vai, no carnaval de São Paulo, em 2011. Também havia menções ao líder negro africano Nelson Mandela, ao ex-jogador Ronaldo, a judeus, japoneses, haitianos e outros povos e personalidades que se reergueram após enfrentar graves dificuldades.
Ao final, o presidente de honra da escola, Jayder Soares, ignorou os problemas, restringindo-se a destacar que o limite máximo de tempo para o desfile foi respeitado. "Deu tudo certo, cumprimos o regulamento", afirmou.
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